“A política constitui um aspecto universal e difuso do comportamento humano e que ocorre sempre que dois ou mais seres humanos estejam engajados em alguma atividade coletiva, quer seja formal ou informal”.
(Adrian Leftwich)
Filosofar sobre política significa pensar além do vaivém cotidiano das opiniões políticas, mas também cabe dizer que a filosofia política precisa manter os pés firmados no solo das questões, movimentos e debates contemporâneos. Em certo sentido, é essa conexão com acontecimentos que estão ocorrendo e o desejo de entender o movimento constante das dunas de nossa vida coletiva que coloca a política na filosofia política.
É importante, portanto, nos darmos conta de que a filosofia política, ainda que interlocução com os clássicos, é, e precisa ser também, uma troca de ideias com a nossa própria época, nossa situação presente e nosso próprio meio político.
Filósofos políticos contemporâneos relacionam novas questões e definições antigas, colocam conceitos antigos sob a luz de novos problemas, criam novos conceitos para novos problemas e fazem muito mais ainda.
Podemos afirmar que refletir sobre a relação entre “verdades (alegadamente) eternas da vida política” e a “vida política de verdades (que podem ser ou não ) eternas” é fundamentalmente o que fazemos quando nos dedicamos à filosofia política. Em resumo, a filosofia política constitui-se em negociação entre as exigências (muitas vezes conflitantes) de filosofar sobre a vida política e de politizar essas próprias exigências filosóficas.
Mackenzie, Iain. Política. Conceitos-cheve em Filosofia. Porto Alegre: Artmed, 2011, p. 10-11.
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