terça-feira, 23 de junho de 2015

José Vasconcelos - Pensador mexicano









Existe um pensamento latino-americano?

(...) el reclamo de nuevos procesos de producción y de valoración de conocimientos válidos, científicos y no-científicos, y de nuevas relaciones entre diferentes tipos de conocimiento, a partir de las prácticas de las clases y grupos sociales que han sufrido de manera sistemática las injustas desigualdades y las discriminaciones causadas por El capitalismo y por El colonialismo. (Boaventura de Souza Santos )

A valorização do pensamento latino-americano enfrenta muitos obstáculos, mas quero destacar dois deles: um externo e outro interno.

O externo diz respeito à dificuldade de ser reconhecido nos grandes centros. Na visão de Bourdieu (2006), adequada ao que se quer expor aqui, a produção do conhecimento é marcada por uma luta simbólica que reproduz as relações de dominação. Assim, trava-se uma luta concorrencial entre agentes cujas posições se encontram a priori fixadas e, no caso do pensamento latino-americano, o lócus do intelectual é não só inferiorizado, mas também invisibilizado.

O obstáculo interno se traduz em um sentimento de inferioridade, historicamente imposto pelo modelo euroamericano, dentro da perspectiva da modernidade, que nos fez incorporar os dilemas do Calibã e assumir a autoimagem de bárbaros, incapazes de produzir conhecimento de qualidade. A obra teatral de Aimé Cesaire (1997), baseada no original de Shakespeare, ilustra bem o que queremos dizer. Nela, o pequeno espaço do palco serve como recorte do mundo e reproduz as relações centro-periferia, dominantes e dominados, metrópole e colônia. Ali se percebem os matizes da sociedade - o bem e o mal, a riqueza e a pobreza, o negro/índio e o branco, o colonizado e o colonizador - expressos nas figuras de Próspero e Calibã.

O pensamento social e político Latino-Americano: etapas de seu desenvolvimento - Simone Rodrigues Pinto



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