quarta-feira, 3 de maio de 2017

Eu Despedi o Meu Patrão - Zeca Baleiro



A música brinca com os conceitos marxistas de "mais valia" e "valor de troca". 

Segundo Karl Marx o conceito de troca entre mercadorias, consiste em o trabalhador vender sua força de trabalho em troca de salário. A "mais valia", neste caso, define a diferença entre o valor da mercadoria produzida e a soma do valor dos meios para sua produção, incluindo o valor do trabalho. 

A partir destas ideias o Zeca Baleiro afirma, de forma irônica, que não recebe em dinheiro o valor total por aquilo que produziu e sugere trocar seu salário por sossego. 

A música termina com um fragmento de Soneto do poeta baiano Gregório de Mattos que trata da exploração exercida pela classe dominante e, consequentemente, pelos países de capitalismo mais desenvolvido: "Neste mundo é mais rico o que mais rapa". E ainda crítica às instituições em geral ao afirmar que "Quem dinheiro tiver, pode ser Papa".

Eu Despedi O Meu Patrão

(Zeca Baleiro, Capinan)

Eu despedi o meu patrão
Desde o meu primeiro emprego
Trabalho eu não quero não
Eu pago pelo meu sossego...(2x)

Ele roubava o que eu mais valia
E eu não gosto de ladrão
Ninguém pode pagar
Nem pela vida mais vazia
Eu despedi o meu patrão...
Eu Despedi O Meu Patrão!

Eu despedi o meu patrão
Desde o meu primeiro emprego
Trabalho eu não quero não
Eu pago pelo meu sossego...(2x)

Ele roubava o que eu mais valia
E eu não gosto de ladrão
Ninguém pode pagar
Nem pela vida mais vadia
Eu despedi o meu patrão...

Eu Despedi O Meu Patrão!
Eu despedi o meu patrão
Desde o meu primeiro emprego
Trabalho eu não quero não
Eu pago pelo meu sossego...(2x)
Ele roubava o que eu mais valia
E eu não gosto de ladrão
Ninguém pode pagar
Nem pela vida mais vazia
Eu despedi o meu patrão...
Eu despedi o meu patrão
Desde o meu primeiro emprego
Trabalho eu não quero não
Eu pago pelo meu sossego...(2x)

Ele roubava o que eu mais valia
E eu não gosto de ladrão
Ninguém pode pagar
Nem pela vida mais vadia
Eu despedi o meu patrão...

Não acreditem!
No primeiro mundo
Não acreditem!
No primeiro mundo
Só acreditem!
No seu próprio mundo
Só acreditem!
No seu próprio mundo...

Seu próprio mundo
É o verdadeiro
Meu primeiro mundo
Não!
Seu próprio mundo
É o verdadeiro
Meu primeiro mundo
Não!
Seu próprio mundo
É o verdadeiro
Primeiro mundo
Então!...

Mande embora
Mande embora agora
Mande embora
Mande embora agora
O seu patrão
Seu patrão (O seu patrão!)
Mande embora
Mande embora agora
Mande embora, agora
Mande embora o seu patrão
O seu patrão...

Ele não pode pagar
O preço que vale
A tua pobre vida
Oh Meu!
Oh Meu irmão!...(2x)

(Neste mundo é mais rico o que mais rapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.)


* A parte em parênteses é trecho de soneto de Gregório de Mattos, poeta baiano barroco *
(Texto: You tube)









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