domingo, 24 de junho de 2018

A filosofia pode ensinar o que o Google não pode


(...) Se alguns educadores assumem que a filosofia é inútil, é justo dizer que muitos filósofos acadêmicos ainda são territoriais ou ignorantes sobre a viabilidade de tratarem do assunto para além da academia. Se por um lado os educadores precisam ficar sábios, por outro lado os filósofos precisam superar a si mesmos.

(...) A filosofia não vai trazer de volta os trabalhos perdidos para os robôs. Não é uma cura para todos os problemas atuais ou futuros do mundo. Mas pode construir uma imunidade contra julgamentos descuidados, e certezas não avaliadas. A filosofia em nossas salas de aula poderia nos preparar melhor para perceber e desafiar os conhecimentos convencionais da nossa era. Talvez por isso não seja surpreendente que o presidente da Irlanda, um país que foi uma vez uma sub-teocracia, tenha entendido isso. MAIS





Hannah Arendt e a banalidade do mal



Hannah Arendt (1906-1975) foi uma filósofa alemã de origem judaica que se dedicou principalmente ao estudo da política. Logo abaixo vocês podem conferir o filme sobre a vida da filósofa com direção da alemã Margareth von Trotta. O filme dá destaque a um dos momentos mais marcantes da vida Arendt, o julgamento do tenente-coronel nazista, Adolf Eichmann. Arendt acompanhou o julgamento que depois daria origem ao se livro Eichmann em Jerusalém. MAIS









segunda-feira, 11 de junho de 2018

METODOLOGIA EM SILVIO GALLO


Esse caminho se faz necessário por via da contextualização histórico-filosófica que tem o objetivo, através do assunto ou tema tratado, atingir os alunos por meio da sensibilização, pois esse olhar deleuziano do aprendizado nos diz que “a racionalização dos problemas e do próprio aprendizado é sempre um momento posterior” (ASPIS/GALLO, 2009 pg.69). Dessa forma nos fornecendo subsídios para que entendamos que o professor necessita de determinados mecanismos, “que faça a mediação com seus alunos, para que esses possam começar a filosofar” (ASPIS/GALLO, 2009, pag. 71), e assim que de alguma maneira sua aula flua espontaneamente e ao mesmo tempo em que seus objetivos sejam atingidos. O destaque para o método de ensino tem sido muito discutido em praticamente todos os meios acadêmicos.

A de se considerar alguns caminhos que um professor de filosofia pode desenvolver em sua sala de aula, partindo primeiramente na escolha do tema tratado. Aqui já adianto pelas perspectivas desenvolvidas pelo professor Silvio Gallo deverá compreende um trajeto onde o Ensino de Filosofia é visto como uma pedagogia do conceito, sendo que numa aula poderá ser estabelecida através de quatro momentos didáticos, a saber: SENSIBILIZAÇÃO, PROBLEMATIZAÇÃO, INVESTIGAÇÃO e CONCEITUAÇÃO.

Entretanto, antes de dar continuidade a questão acima, proponho a fazer um breve esclarecimento do que seria essa pedagogia do conceito, ou oficina de conceitos, pois “a filosofia é a arte de formar, de inventar, de fabricar conceitos” (Guattari, 1992, pag. 10-13), ou seja, proporcionar uma atmosfera onde os conceitos são criados e experimentados, onde o aluno possa sentir-se envolvido no movimento do seu próprio pensar.

Projetado minimamente o que seria uma oficina de conceito, adentro nos estágios formulados pelo professor Silvio Gallo, a saber:

Primeiro: SENSIBILIZAÇÃO – lança-se um determinado tema ou assunto, que de preferência tenha haver com o cotidiano do aluno, como a liberdade, o amor, a amizade, dilemas morais e assim por diante, onde podemos usar de uma ferramenta áudio visual, como o cinema, ou mesmo um poema, uma letra de música que aborde sobre o assunto escolhido.

Segundo: PROBLEMATIZAÇÃO – partindo do assunto escolhido, o professor orientará para que esse elabore perguntas, que podem partir do senso comum do aluno. Que ele faça relações do assunto tratado com seu dia-a-dia e ao sentir-se instigado, possa perceber que isso (ou seja, o tema tratado) tem a ver com a filosofia, com a vida. Dessa maneira promovendo um pensar por si próprio a respeito do tema escolhido, com isso possa avançar para uma formulação de cunho filosófico, que permitirá ir para o estágio seguinte.

Terceiro: INVESTIGAÇÃO - nesse estágio requer que o aluno já esteja envolvido e interessado em pensar respostas ao tema escolhido. Todavia, já nessa fase é o momento de incorporar textos ou exercícios, relacionados ao tema proposto, e que por meio destes, mostra-lhes, as várias abordagens desse mesmo assunto. Pois é a partir de vários problemas diagnosticados que ele tenderá a resolver a questão. Partir de uma pergunta para o qual ele mesmo sentirá necessidade da resposta. Para finalizar vamos para o último estágio:

Quatro: CONCEITUAÇÃO – no movimento que seu pensar fez na investigação, instigado por uma ou várias respostas, que partiu de seu senso comum. Pois na problematização ele inferiu determinadas questões que o instigaram ao longo dos estágios, deverá, levá-lo, com o esmiuçamento do tema proposta, naturalmente a criar argumentações filosóficas do entendimento que obteve, ou seja, motivado por sua criatividade, pela explicação que foi dado no texto ou exercício filosófico que fez, e mesmo sensibilizado pela proposta oferecida, tenderá a promover um tipo de pensamento autônomo em torno do problema - uma conceituação - que não é definitiva, mas que naquele momento o incentivou a criar esse conceito pelo seu pensamento próprio, mas que é o resultado fundamentado que os estágios proporcionaram ao aluno.

A metodologia dos quatro momentos que foi brevemente explicada, obviamente não dá conta, de todas as dificuldades que tem um professor, ao formular estratégias para uma boa aula de filosofia. Mas, contudo são excelentes práticas que todos nós, futuros educadores podemos, e, devemos experimentar. Os estágios ou momentos apresentados também são um caminho propício que nos levará a uma avaliação do conteúdo apreendido pelo aluno. Tema esse que será abordado pelo outro grupo de estudos em avaliação.

Texto produzido por: Lorena Miranda 
Acadêmica de Filosofia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Coordenadora do Práxis - Coletivo de Educação Popular da UFSM.


Referencias Bibliográficas:
ASPIS, Renata Pereira Lima; GALLO, Silvio. Ensinar Filosofia - um livro para professores. São Paulo: Atta Mídia e Educação, 2009. 

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? Trad. Bento Prado Jr. e Alberto Alonso Muñoz. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992, p.10-13.






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